Gisele Sobrinho | Retrospectiva

Em 10 de maio de 2023, teve início o XVII Congresso Abrapcorp “Comunicação, ativismo e organizações”, organizado pela Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e Relações Públicas (Abrapcorp) e pelo Laboratório de Comunicação, Cidade e Consumo (FCS/Uerj). Para a Conferência Magna – Ativismos nas cidades, tivemos a presença do sociólogo Fabio La Rocca (Université Paul-Valéry Montpellier 3), autor do livro “A Cidade em todas as suas formas”.

 

Como é o ativismo em países como a Itália e a França?

Fabio La Rocca: O ativismo é um movimento muito forte na cidade, porque significa mudança e mudança de situações. A gente muda as situações da vida cotidiana com ações diretas na rua, por exemplo. Para mim, a rua significa o espaço de visibilidade, o espaço de transformação do social, e o ativismo, essa parte ativa da vida cotidiana. A festa, a arte e todas as práticas culturais urbanas têm um significado muito forte que significa como a gente pode mudar o cotidiano de um ponto de vista também simbólico, porque o ativismo significa um símbolo de possibilidades de uma nova tipologia de sociedade.

 

Quais as diferenças entre o ativismo no Brasil e o ativismo em países europeus?

Fabio La Rocca: Aqui no Brasil é muito interessante a atividade de significação da rua. No último período na época de Bolsonaro houvecom muitos protestos, que foi uma parte muito ativa da energias social. Também há muitas situações festivas que significam também transformações das situações cotidianas, como no Beco do Rato, no bairro da Lapa, onde estive com uma colega aqui da UERJ do grupo CAC (Cidade Arte e Comunicação). Na Europa, temos também uma parte do ativismo muito importante na rua também. Tem um ponto em comum entre a Europa e o Brasil, que é o ativismo na rede, o net-ativismo. O net-ativismo é uma criação muito interessante porque tem um único mundo, uma “única rua”, a rua do mundo onde tem as energias sociais. A diferença não é na Europa e no Brasil, a diferença é na vontade de espontaneidade na criação, e aqui no Brasil tem muita criatividade.

 

Qual a importância desses ativismos na cidade tanto para um coletivo quanto para as pessoas individualmente?
Fabio La Rocca: As pessoas são coletivos, e isso tem uma significação diferente. Toda gente necessita do coletivo e toda a parte do ativismo é na força do coletivo. O imaginário do coletivo funciona na criação do ativismo O ativismo na rua é uma forma de aprendizado,uma forma cultural. Tem uma espontaneidade da gente de ir para a rua, porque a comunidade é fundamental. São os outros e eu não sou nada sem eles.

Entrevista Fabio La Rocca