O Laboratório de Comunicação, Cidade e Consumo (Lacon) foi fundado e é coordenado pelo professor Ricardo Ferreira Freitas, estando vinculado à linha de pesquisa “Cultura de Massa, Cidade e Representação Social” do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UERJ.

A criação do Lacon, em 2012, graças aos recursos de um edital da FAPERJ, foi impulsionada pela motivação de pesquisadores da UERJ, dentre eles o próprio Ricardo, com os resultados de um projeto de pesquisa e extensão anterior, realizado em 2010. Intitulado “Comunicação e consumo urbano: ressignificando o uso e o descarte de resíduos” (Comgeres), esse projeto buscava estudar as opiniões da população carioca sobre o lixo, a fim de entender como a geração e o descarte de resíduos afetava a qualidade de vida dos moradores da cidade. Em parceria com Laboratório de Pesquisa de Mercado e Opinião Pública (LPO), foram realizadas duas pesquisas de opinião, aplicadas no estado do Rio, a fim de fornecer subsídios para elaboração de um plano de ações de comunicação acerca descarte consciente de lixo.

Com a consolidação do Lacon, houve uma ampliação na Faculdade de Comunicação Social da UERJ das pesquisas de graduação e pós acerca do consumo e sua relação com a cidade e a comunicação. Outros temas que ganharam destaque foram a representação midiática da violência urbana, a produção audiovisual de imaginários sobre o Rio de Janeiro e os impactos gerados pelos megaeventos na cidade. Um reflexo desse crescimento é a oferta das disciplinas “Espaços de Consumo e Comunicação”, “Mídia e Espaços Urbanos” e “Comunicação, Lazer e Entretenimento” no PPGCom/UERJ.

Desde sua criação, o laboratório tem promovido regularmente cursos de extensão, palestras e seminários acadêmicos. Desde então, os pesquisadores e bolsistas vinculados ao Lacon publicaram diversos livros e artigos sobre os eixos temáticos estudados. Junto com seus orientandos, professor Ricardo já publicou trabalhos em revistas do Brasil e do exterior, além de ter apresentado artigos em congressos nacionais, como a Compós e o Intercom. Dentre as mais recentes publicações em livro, destacam-se Consumo, comunicação e arte (Curitiba: CRV, 2015) e Megaeventos, Comunicação e Cidade (Curitiba: CRV, 2016) e Narrativas e Performances de Consumo na Cidade (2021). Cumpre mencionar também que Flávia Barroso de Mello, orientanda de Freitas, conquistou, em 2018, o prêmio de melhor dissertação da Abrapcorp.

Dentre os eventos realizados pelo laboratório, ressaltam-se os seminários “Internet, desobediência civil e grande eventos: não vai ter Copa no país do futebol?” (2013), “Consumo e cidade: perspectivas contemporâneas” (2013), “Revisitando Simmel” (2016) e os cursos de cursos de extensão “Conversas sobre Cidades e suas Comunicações” (2017) e “Consumo, Sustentabilidade e Comunicação” (duas edições: 2013 e 2014); ImaginaRio: Pensando a Cidade pós-megaeventos (2017); BERRO! Expressão e Comunicação LGBT+ (2019); “Darcy Ribeiro: o Brasil deu no que deu!” (2022) e o XVII Congresso Abrapcorp – “Comunicação, ativismo e organizações” (2023), em parceria com a Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e Relações Públicas (Abrapcorp). Os alunos bolsistas do laboratório (extensão, estágio interno complementar e iniciação científica) também participam todos os anos do “UERJ Sem Muros”, evento universitário que busca divulgar as pesquisas desenvolvidas no âmbito da universidade.

A atuação do Lacon em pesquisa, ensino e extensão reflete bastante a própria trajetória de seu coordenador. Ricardo Freitas é professor de Relações Públicas da FCS desde 1986, tendo ocupado diversos cargos administrativos tanto na faculdade quanto na própria UERJ. Em suas gestões, Freitas sempre prezou pelas melhorias nos espaços de ensino, pela construção de laboratórios e pelo aumento da oferta de bolsas para graduandos. Com formação acadêmica interdisciplinar, circulando pelos campos da comunicação e da sociologia, o coordenador do Lacon possui interesses de pesquisa relacionados ao consumo, à cidade e à comunicação.

Inúmeras investigações de iniciação científica, mestrado e doutorado já foram abrigadas pelo Lacon. Entre os anos de 2011 a 2014, foi desenvolvida a pesquisa “Comunicação e cidade: um estudo sobre as representações midiáticas da violência nos megaeventos do Rio de Janeiro”. Nela, foram analisadas narrativas elaboradas em torno da temática da violência urbana, principalmente os incidentes veiculados durante o réveillon e o carnaval. O mesmo projeto prosseguiu no quadriênio 2014-2017, dessa vez enfocando as narrativas que envolviam a Copa das Confederações (2013), a Jornada Mundial da Juventude (2013), a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016), veiculadas nos jornais O Globo e O Dia. 

Um desdobramento dessas pesquisas foi o projeto de extensão “Comunicação, cidade e juventude: as percepções dos estudantes sobre o Rio em transformação”. Por meio dele, buscou-se compreender as percepções de estudantes do 6º ano de uma escola municipal (Arthur Friedenreich) no entorno do Maracanã, Rio de Janeiro, em relação ao espaço material e simbólico da cidade, constantemente modificado em razão dos megaeventos. Os reflexos das atividades desenvolvidas com a escola reverberaram em uma proposta de construir, junto aos mestrandos e doutorandos que integram a equipe, cursos de extensão para formação de estudantes em licenciatura. Nesses cursos, as temáticas sobre cidade serão abordadas em suas diversas representações, integrando também, em parceria com o Lampe e o Nectar, assuntos sobre o corpo e a alimentação.

Mais recentemente, os esforços de pesquisa do Lacon têm se direcionado às representações midiáticas do medo e à construção de imaginários em torno da Copa do Mundo de Futebol de 2018.

Atualmente, o Lacon têm duas pesquisas em andamento: “O consumo do medo nas cidades: um estudo sobre as narrativas jornalísticas em épocas de megaeventos” que, desde 2017, analisa os impactos dos grandes eventos e megaeventos nas cidades, com foco no Rio de Janeiro; e “Comunicando a diversidade: Políticas e afetos de marcas cariocas sobre a comunidade LGBT+”, que analisa como a gestão da diversidade é representada nos conteúdos de comunicação e nas políticas internas dessas três marcas cariocas.