2022 é o ano do centenário de um dos mineiros mais cariocas que o país já teve: Darcy Ribeiro. Nascido em Montes Claros (MG), em 1922, Darcy era antropólogo, sociólogo, escritor, político e, acima de tudo, idealizador de inúmeros projetos relacionados a importantes lutas que o Brasil viria a travar em sua época e nos anos póstumos. Foi ministro de governo, senador, fundador da UNB, da UENF e idealizador dos CIEPs.

O país pelo qual o antropólogo tanto se empenhou e estudou ainda está em fase de construção, por vias muitas vezes tortas. “Aos trancos e barrancos”, como diz o título de um de seus livros. Os brasileiros são eternos operários em construção. Cumpre-nos, então, trabalhar na reinterpretação da obra de Darcy, no sentido de averiguar se ainda encontraremos em suas pegadas possibilidades de novas reflexões e, quem sabe, propostas concretas sobre “O Povo Brasileiro” e “Gentidades”, duas obras emblemáticas. No instante em que o país vê o aumento das desigualdades sociais, cabe o questionamento do que ainda restou do “Povo Brasileiro”, da Amazônia, da defesa dos índios e negros, da educação, da América Latina: questões que marcaram a obra de Darcy Ribeiro.

O evento online “Darcy, o Brasil deu no que deu!” acontecerá no dia 26 de outubro, das 14h às 18h. Com transmissão via YouTube (canal do Lacon/UERJ), o seminário contará com duas mesas, reunindo nomes ilustres do pensamento brasileiro contemporâneo. Na mesa 1 (Darcy Ribeiro e Amazônia: Qual o papel da comunicação hoje?), Ailton Krenak, Eliane Brum e Muniz Sodré discutirão o papel do jornalismo e da comunicação diante do atual cenário de financeirização da vida e do modelo predatório de desenvolvimento. A mesa 2 (Darcy Ribeiro: o intelectual brasileiro) reunirá Dênis de Moraes, Carolina Matos e Hugo Suppo em um debate sobre as obras e o papel de Darcy para o Brasil e a América Latina.

Além de prestar uma homenagem à sua obra, “Darcy, o Brasil deu no que deu!” pretende ser mais uma reinterpretação de algumas de suas análises e propostas sobre o país e também sobre a cidade do Rio de Janeiro, tomando como desafio o título do seu livro-almanaque “Aos trancos e barrancos: como o Brasil deu no que deu” (1985).

 

Programação:

26 de outubro de 2022

Link da transmissão (YouTube): https://youtu.be/M0YrLipiLF4

 

Mesa 1 – Darcy Ribeiro e Amazônia: Qual o papel da comunicação hoje?

Horário: 14h – 15h50

A mesa pretende discutir o papel do jornalismo, mas também da comunicação, de uma maneira abrangente, considerando que o sistema financeiro é predatório ao lidar com a preservação da natureza e dos seres humanos. O pensamento de Darcy Ribeiro pode nos ajudar a enfrentar o modelo extrativista, que é imposto não apenas à Amazônia, mas à toda a América Latina.

Palestrantes:

Ailton Krenak – Escritor e filósofo descendente dos povos originários. Autor dos livros Ideias para adiar o fim do mundo (2019) e A vida não é útil (2020).

Eliane Brum – Jornalista e escritora. Autora das obras A Vida que Ninguém Vê (2006) e Banzeiro òkòtó: Uma viagem à Amazônia Centro do Mundo (2021). Vive em Altamira (PA) há cinco anos, onde fundou a plataforma jornalística Samaúma.

Muniz Sodré – Livre docente pela UFRJ. Tem o Brasil e sua gente como foco principal. É defensor do respeito total aos povos originários e atualmente responsável por uma coluna dominical no jornal Folha de São Paulo.

Mediação: Raquel Paiva (Professora do PPGCom da UERJ).

 

Mesa 2 – Darcy Ribeiro: o intelectual brasileiro. 

Horário: 16h – 18h

A mesa irá debater a obra e a influência de Darcy Ribeiro no Brasil e na América Latina, com enfoque em aspectos da sua vasta obra teórica, sua intensa atuação política e seu papel como intelectual crítico às estruturas de dominação ideológica e cultural nos países em desenvolvimento.

Palestrantes:

Dênis de Moraes – Professor e jornalista, com extensa obra dedicada a entender o papel de intelectuais em um país desigual e perverso como o Brasil.

Alexandre Barbalho – Professor adjunto do curso de História da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e dos programas de Pós-graduação em Sociologia (UECE), Pós-graduação em Políticas Públicas (UECE) e Pós-graduação em Comunicação (UFC).

Hugo Suppo – Professor de Relações Internacionais da UERJ, que tem atualizado o pensamento de Darcy Ribeiro, principalmente na América Latina, desenhando perfis sobre a atuação de Darcy e sobre a importância do seu pensamento para os dias atuais.

Mediação: Ricardo Freitas (Vice-diretor da Faculdade de Comunicação Social da UERJ e professor do PPGCom da UERJ).

 

O público poderá interagir com os coordenadores e palestrantes das mesas durante o evento enviando perguntas.

O evento é realizado pelo Laboratório de Comunicação, Cidade e Consumo (Lacon) do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UERJ.

 

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O Laboratório de Comunicação, Cidade e Consumo (Lacon), o Programa de Pós-graduação em Comunicação da UERJ e a Faculdade de Comunicação Social da UERJ apresentam:

“Darcy, o Brasil deu no que deu!” – evento online em comemoração ao centenário de nascimento do pesquisador, professor e escritor.

 

Mesa 1: Ailton Krenak, Eliane Brum e Muniz Sodré. Mediação: Raquel Paiva.

Horário: das 14h às 15h50

 

Mesa 2: Dênis de Moraes, Alexandre Barbalho, Hugo Suppo. Mediação: Ricardo Freitas.

Horário: das 16h às 18h

Link da transmissão (YouTube): https://youtu.be/M0YrLipiLF4

Evento “Darcy, o Brasil deu no que deu!” acontece no dia 26 de outubro