Esta dissertação apresenta uma análise das representações da marginalidade na obra cinematográfica de Pedro Almodóvar, com base na Sociologia do Desvio de Goffman, Becker e Elias, atualizada pela teoria de covering de Yoshino. A intenção do trabalho é problematizar a produção audiovisual do início da carreira do diretor manchego, de forma a comprovar que os filmes “Pepi, Luci e Bom e outras garotas de montão” (1980), “Labirinto de Paixões” (1982), “Maus hábitos” (1983) e “O que eu fiz para merecer isto?” (1984) documentam seu engajamento na dinâmica contracultural desenvolvida na Espanha da época. Almodóvar representa a marginalidade em seus filmes do período, configurando o que alguns críticos denominam como “estética do mau gosto”, de tal forma que as obras produzidas registram a luta pela liberdade democrática após anos de regime ditatorial. Pensar na cinematografia de Almodóvar a partir do ponto de vista da sociologia do desvio é refletir sobre as políticas de visibilidade de identidades culturais minoritárias. O trabalho do diretor apresenta menos inovações formais, pois parte de estruturas narrativas clássicas, mesmo quando mistura os gêneros; mas inova quando revela a marginalidade, cotidianiza-a, potencializando o processo de sua assimilação.

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Referência:

Rafael Nacif de Toledo Piza. Marcas limítrofes, imagens do invisível: representações da marginalidade em Almodóvar. 2008. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, . Orientador: Ricardo Ferreira Freitas.

Marcas limítrofes, imagens do invisível: representações da marginalidade em Almodóvar