Esta dissertação analisa as narrativas do jornal O Globo, publicadas entre 1 e 31 de julho de 2007, mês da realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro. O objetivo é a interpretação das representações da violência urbana, observando as diferentes apropriações e o seu reflexo no espaço público. Percebemos que a passagem de um megaevento tem o poder de movimentar a cidade, a vida das pessoas e a mídia. Identificamos um paradoxo nas matérias analisadas. Narrativas opostas se entrelaçaram. A cidade foi representada como perigosa e insegura, especialmente pela atuação do crime organizado, ao mesmo tempo em que as páginas mostravam um Rio desejado por todos, seguro e feliz, cenário possível graças ao aumento do efetivo policial, discurso que simplifica a questão da segurança pública. Ao longo deste trabalho tratamos da Modernidade, época que nos oferece pistas da transformação do formato dos rituais, festas e celebrações populares em megaeventos; investigamos a violência, suas origens, os variados tipos de manifestação e a forma padronizada de ser representada pela mídia, disseminando o medo e modificando, cada vez mais, o imaginário urbano das metrópoles. Refletimos, também, sobre uma atmosfera de comunhão que paira sobre os megaeventos. Compartilhar excitantes emoções com os amigos, se unir ao desconhecido, ignorando atributos pessoais e financeiros, são características das efervescências sociais. A ancoragem teórica que buscamos foi fundamental para a análise das narrativas. Constatamos que O Globo se utiliza de uma dinâmica midiática que permite interromper o padrão das suas representações, admitindo vozes que despertam novos olhares sobre o Rio de Janeiro, especialmente quando a cidade é sede de um megaevento.

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Referência:

Vania Oliveira Fortuna. O Rio que nós queremos: o efeito PAN nas representações midiáticas da violência urbana. 2009. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientador: Ricardo Ferreira Freitas.

O Rio que nós queremos: o efeito PAN nas representações midiáticas da violência urbana