Desigualdade no mercado de trabalho: apenas um em cada quatro pessoas LGBTQIAPN+ conseguiu emprego no último ano
Um novo estudo conduzido pelo Fundo Positivo, em parceria com o Instituto Matizes, revela que apenas 25% das pessoas LGBTQIAPN+ conseguiram um emprego formal com carteira assinada no último ano. Intitulado Inclusão Econômica e Geração de Renda da População LGBTQIA+ no Brasil: Desafios, Iniciativas e Financiamentos, o estudo destaca a urgência de criar mais oportunidades e iniciativas de capacitação para essa população que ainda enfrenta barreiras significativas no mercado de trabalho.
Lucas Bulgarelli, diretor-executivo do Instituto Matizes, enfatiza que “reduzir os índices de exclusão econômica é fundamental para que pessoas LGBTQIA+ possam acessar melhores oportunidades de vida. O preconceito e a discriminação nos processos seletivos continuam a marginalizar essa população, empurrando muitos para o subemprego e a informalidade. Apesar dos avanços, a inclusão dessa força de trabalho ainda precisa ser ampliada”.
Embora o número de projetos voltados para a geração de emprego e renda para pessoas LGBTQIAPN+ tenha aumentado 63% entre 2021 e 2023, o mercado formal continua a apresentar desafios. O estudo aponta que 45,2% das organizações identificam a falta de apoio governamental como um dos principais obstáculos, enquanto 42,3% afirmam que o setor privado precisa se engajar mais na promoção da inclusão.
Bulgarelli também ressalta a responsabilidade compartilhada entre os setores público e privado. “O setor público precisa desenvolver políticas que promovam a empregabilidade e a geração de renda, enquanto o setor privado deve criar processos de recrutamento que sejam realmente inclusivos e livres de discriminação.”
A inclusão econômica de pessoas LGBTQIAPN+ não é apenas uma questão de justiça social. Ao abrir portas para minorias sub-representadas, como a população LGBTQIAPN+, as empresas e organizações aumentam a visão interna para solucionar processos e novas formas de atingir seus objetivos com a pluralidade de vozes.
Créditos
Texto: Iris Souza
Revisão: Marcelo Resende
Laboratório de Comunicação, Cidade e Consumo – LACON UERJ
Coordenação: Ricardo Ferreira Freitas. Subcoordenação: Vania Fortuna. Bolsista Qualitec: Marcelo Resende. Bolsista Proatec: João V. Bessa. Estagiários: Iris de Souza, Pedro Rubim, Laiza Villaça e Juliana Nascimento
O Laboratório de Comunicação, Cidade e Consumo da UERJ atua com apoio da FAPERJ e CNPq