Íris Souza | Maio 2024
O Brasil é, lamentavelmente, o país que mais registra mortes de pessoas LGBTQIAPN+ no mundo. Em um país que deveria ser um exemplo de igualdade e proteção para todos os seus cidadãos, essa triste estatística evidencia a urgência por mudanças profundas nas leis e na estrutura social para que seja possível prevenir e proteger as vidas dos membros da comunidade LGBTQIAPN+.
O “Dossiê de LGBTIfobia Letal”, do Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil registrou, somente em 2023, 230 mortes violentas (assassinatos, suicídios e outras causas) relacionadas à diversidade da comunidade. Isso se traduz em uma morte de uma pessoa LGBT a cada 38 horas, um número alarmante que ressalta a urgência de ações concretas ampararem essas pessoas. Os dados revelam que 80% das mortes foram homicídios, 7,83% suicídios e 12,17% classificadas como outras causas. Essas tragédias ocorrem em diversos ambientes, desde o familiar até o local de trabalho, dando nova confirmação à disseminação da LGBTfobia no país. Essa forma de discriminação está profundamente enraizada em nossa sociedade, prejudicando a saúde mental e física dos indivíduos.
Apesar das conquistas alcançadas pela mobilização social e pelo poder judiciário, observamos a falta de ação do Legislativo com carência de leis que protejam essas pessoas, e do Executivo que não elaboram ações públicas que enfrentem esse grave problema. Além das mortes, as pessoas LGBTQIAPN+ enfrentam desafios adicionais, como taxas de empregabilidade mais baixas, estigmatização e discriminação nos serviços de saúde. Entre os estados mais afetados, em 2023, São Paulo lidera com 27 mortes, seguido por Ceará e Rio de Janeiro, ambos com 24 mortes cada.
Diante desse cenário angustiante, é importante frisar a importância da denúncia e mobilização pública. Devemos nos unir enquanto sociedade para combater a LGBTfobia. Cada denúncia é importante para ir em direção de justiça e de proteção dessas vidas. É fundamental que as vítimas e as testemunhas se sintam seguras e encorajadas a denunciar. Nossa solidariedade e apoio estão com as pessoas LGBTQIAPN+!