No dia 23 de junho, entrevistamos o coordenador do nosso laboratório, professor Ricardo Ferreira Freitas. Relações públicas formado na UERJ, mestre em Comunicação e Cultura pela ECO/UFRJ e doutor em Sociologia pela Université Paris-Descartes. Ricardo é fundador do Lacon e professor da Faculdade de Comunicação Social e do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UERJ. A conversa girou em torno dos temas já estudados por ele ao longo de sua carreira e mostra um pouco da sua trajetória, da criação do Lacon e do desenvolvimento de suas pesquisas até hoje.

 

1 – Como surgiu o Laboratório de Comunicação, Cidade e Consumo?

O Laboratório de Comunicação, Cidade e Consumo surgiu da inquietação de algumas pessoas que frequentavam o Laboratório de Pesquisa de Opinião Pública (LPO) sobre o meio ambiente e o destino do lixo, especialmente dos resíduos sólidos no Rio de Janeiro.

E isso foi bem anterior à novela Avenida Brasil, porque todo mundo me pergunta isso. Acham que a novela Avenida Brasil deu inspiração para a gente se preocupar.

Resultado de imagem para GramachoDurante o projeto do Comgeres – o Lacon já tinha sido criado – chegamos a fazer um documentário, que nunca foi editado, no lixão que foi extinto (*Ricardo faz referência a Gramacho). Então, era um momento da sociedade em que estávamos muito sensibilizados com a questão dos resíduos sólidos, mas não víamos os poderes públicos tomando atitude, nem de conscientização nem de educação.

Foi a partir desse problema e desse projeto que a gente começou a perceber que a questão do consumo era e é muito além do que se diz na academia. Ou seja, nós notamos que as pessoas em geral, e isso é constatado em uma pesquisa que fizemos com mais de 600 pessoas no Estado do Rio, não veem o lixo como parte do consumo, e foi aí que percebemos que tínhamos uma contribuição forte a dar.

 

2 – A seu ver, como a sociedade, fora da academia, debate o consumo e o descarte do lixo nas cidades?

Então, continuando o que estava falando, o que percebemos na nossa pesquisa e o que notamos no dia a dia é que as pessoas não percebem que o lixo ou esse momento do descarte ainda é parte do consumo. O consumo a que me refiro é a compra de produtos ou mercadorias, o seu uso e o seu fim.

É como se a partir do momento que o produto, a mercadoria deixasse de ser útil ela não fizesse mais parte do processo de consumo. Isso está muito claro, eu acho que esse é um dos desafios que nós temos, e que os poderes públicos têm. Como no Brasil, nas cidades grandes, se naturalizou o fato do lixo não ser tratado, a gente vê algumas situações que são da ordem do primitivo.

Pessoas jogando lixo pelas janelas dos ônibus, as estradas imundas; tem bairros que as pessoas jogam lixo na calçadas. Isso tudo deve ser retrabalhado, na base da educação, da conscientização.

 

3- Como o descarte do lixo é pensado e tratado pela mídia?  O que a Comunicação agrega (ou poderia agregar) a esse discurso?

Na verdade, a mídia, quando a gente pensa em termos de imprensa, pouco discute o assunto. Ela em geral levanta o problema, levanta o fenômeno ou a consequência do fenômeno – o lixão, o aterro sanitário que não deu certo, a pobreza que está ali -, mas não é um assunto recorrente.

Não é como a violência, por exemplo no Rio de Janeiro, e é um assunto extremamente grave. Então deveria aparecer com mais frequência, e tem o apelo que um momento qualquer pode exigir.

Quando eu falei da Avenida Brasil, a novela, naquela época a gente viu muita matéria sobre lixão. Tinha a novela chamando atenção para o problema. Como a gente viu na novela “A Força do Querer”, tinha uma pessoa trans que, a maneira como essa novela traz para a pauta da imprensa mais propriamente dita a questão trans, aparece e depois desaparece.

Resultado de imagem para sujismundoLixo era um assunto muito forte quando a novela Avenida Brasil tava no ar, mas normalmente a imprensa não dá o devido valor, e nem a gente vê nos meios de comunicação de massa campanhas sobre o tratamento do lixo. É mais fácil a gente ver questões sobre dengue, como eliminar o aedes aegypti, do que falar do lixo que é uma das causas aliás também da proliferação do mosquito.

A comunicação poderia agregar se o assunto lixo ou resíduos sólidos ou tratamento de lixo aparecesse nas suas diferentes modulações, ou seja, novelas, programas de rádio, televisão, que houvesse campanhas permanentes no Facebook, ou seja, se as diversas mídias estivessem discutindo o assunto, e sobretudo se isso fosse uma pauta obrigatória das escolas públicas desde a infância.

Curiosamente eu estudei em escola pública no subúrbio e na minha época tinha o Sujismundo, era uma campanha permanente. Sujismundo era uma figurinha sujinha e tinha os coleguinhas que alertavam sujismundo para não fazer bobagem. Era o Cascão da época.

 

4- Como o cidadão comum percebe e ocupa a cidade? Como você acredita que nós, enquanto estudantes e pesquisadores da Comunicação, podemos contribuir para aprimorar a relação entre indivíduo e sociedade?

Eu tenho convicção que nós da Comunicação temos que estimular as pessoas a ocuparem às cidades, a ocuparem os espaços públicos, a usar as calçadas, as ruas.

Essa é a única forma de a gente melhorar a qualidade de vida da cidade e de diminuir a violência. Única forma assim, quando a gente pensa em cidadão comum, porque na verdade os poderes públicos têm formas de resolver os problemas, mas nós, cidadãos comuns, temos que ajudar a valorizar a cidade, se usarmos a cidade, a ocuparmos, se estivermos transitando nela.

Nós podemos contribuir estimulando isso nas diversas formas de comunicação. Quando a gente escreve um roteiro de televisão, quando a gente pauta uma matéria, para fazer isso estar permanentemente em discussão nas mídias.

 

5- Qual o papel da Universidade e dos acadêmicos no debate sobre as influências do consumo na sociedade e nos espaços públicos?

Se a gente entende que o lixo faz parte do consumo, que tudo que acontece na cidade é consumo, não só a venda e compra de mercadoria, mas os usos de tudo. Cada área tem de estar preparada para discutir esses consumos em seus campos teóricos.

Então, a engenharia tem de fazer isso, a medicina, a pedagogia, todas as áreas têm que discutir, mas você raramente vai ver um curso de geologia ou de engenharia discutindo consumo. Eles vão discutir projetos e consequências de projetos, mas tudo que envolve os processos de consumo, todos eles não aparecem.

Uma outra questão por exemplo, a sociologia no meu ponto de vista é uma disciplina que deveria ser obrigatória em todos os cursos, porque a gente precisa ter uma compreensão da sociedade, especialmente da contemporânea; não é a socióloga clássica.

Você tem um aluno de odontologia, não sei se é o caso da Uerj, que não estuda sociedade. Então, ele não entende os processos de miséria e de riqueza que estão acontecendo naquela sociedade, que é claro vão se refletir nos dentes. Na engenharia, isso deveria ser obrigatório, na arquitetura é fundamental. Você vai construir moradia para a pessoas sem entender os contextos socioeconômicos, socioculturais.

Na Estácio eu cheguei a dar sociologia para uma turma de odontologia, na primeira turma de odontologia da Estácio. Foi muito interessante porque efetivamente todo mundo ali queria virar dentista rico, então eu falei “gente pobre não tem dente, tem dente ruim, é uma outra realidade”.

 

6- Como o consumo e o lazer são experienciados nas diferentes (sócio)regiões do Rio de Janeiro?

Resultado de imagem para parque radical deodoroO Rio de Janeiro é uma cidade linda, muito propícia ao lazer, mas é absurdamente injusta e desigual, porque todas as opções de lazer, seja ao ar livre, seja em equipamentos privados, quer dizer, não todas, mas quase todas, estão na Zona Sul e no centro da cidade.

Então a gente vê um desnível muito grande. Não é à toa que o parque Madureira foi tão bem recebido pelas pessoas daquela região, e não é à toa que há uma grande frustração por parte da população da Zona Oeste e Norte sobre o parque de Deodoro, que foi trabalhado, houve um investimento poderoso para os Jogos Olímpicos, numa região que é carente de áreas de lazer, e aquelas pessoas estavam esperançosas, e ficou meses fechado e agora tem uma restrição de horário muito grande. Acho que só está funcionando aos sábados.

Teve um momento que não funcionou nada, uns seis meses. E tem mil coisas fantásticas lá para fazer, tudo foi planejado para depois ser reutilizado, para virar um parque aquático para as crianças e para famílias. A minha faxineira disse que ia com a família antes dos Jogos Olímpicos, quando ele foi aberto para a população.

 

7- Qual a importância de se começar a pensar a cidade desde os primeiros anos da educação? Você acredita que esse tipo de conteúdo deveria compor o currículo básico dos ensinos fundamental e médio?

Eu tenho certeza que deveria. A cidade é um assunto interdisciplinar que deve estar presente em todos os outros, inclusive acho que facilitaria muito a pedagogia de algumas disciplinas.

Estudar matemática em função dos usos que ela tem na cidade, a gente estudar ciência também voltado muito para a cidade, para o clima da cidade, os fenômenos físicos que aquela cidade tem. Então, para mim, a conscientização do direito à cidade e da ocupação da cidade tem que vir desde criancinha.

 

8 – Mudando um pouco de assunto, vamos falar de sua experiência pesquisando outros contextos culturais fora do Brasil. Como os veículos de comunicação, internacional e nacional, propagam a imagem do Rio de Janeiro em seus discursos e narrativas? O que mais se fala acerca da cidade aqui no Brasil e no exterior?

Aqui no Brasil, como todos nós sabemos, o valor notícia que predomina é a violência, né?! A cidade do Rio de Janeiro ela geralmente é narrada também como uma cidade bonita, talvez como a mais bela do país, mas é sempre a violência que prevalece nas narrativas jornalísticas, nos discursos jornalísticos.

Isso influencia, claro, o jornalismo internacional, porque as agências de notícias vão se pautar no que é produzido aqui. Muitas vezes essas agências não tem jornalistas sediados no Rio de Janeiro.

Por outro lado, o que a gente percebe – no meu caso, percebo no jornalismo europeu, mais especificamente no francês, que é o que eu estudei, então não posso generalizar – que para eles o valor notícia principal é a violência internacional, e não a violência urbana, então o destaque maior é em ataque terrorista, por exemplo.

Quando a gente pega o “Le Monde”, você raramente vai ver uma matéria sobre a violência na cidade de Paris, e não é porque não existe, é claro que existe, mas isso não é o valor notícia principal. Agora, se acontecer um atentado terrorista em Paris, vai ser a primeira página e vai ter repercussão em vários tweets. Isso é uma coisa chocante, como a gente valoriza a violência local aqui.

A violência dá audiência em qualquer lugar. A violência, o medo, tudo isso dá audiência, e como a gente desenvolveu uma cultura poderosa de violência, vai sempre cada vez mais dar audiência.

Até fatos ordinários de violência que em toda grande cidade acontece. Óbvio que no Rio se tem dados estatísticos que provam que esses fatos eram pouco acima do normal, mas acho que essa ênfase é bem brasileira mesmo. Mas não é a cidade mais violenta do Brasil. Não é, não está nem entre as cinco maiores. Isso que é o mais espantoso.

Marselha é violenta também. Esse último pós-doutorado que eu fiz foi no Sul (*da França), em uma cidade ao lado de Marselha, e lá ninguém falava da violência da cidade vizinha. Eu fui lá uma vez pegar a Vânia (uma amiga minha) no aeroporto e então eu entendi. A cidade tem uma coisa assim, quando você sai da área do porto – que é linda de morrer – e vai andando até a estação ferroviária, se tem uma coisa de submundo, que é impressionante, inclusive com travestis brasileiras se prostituindo de dia.

 

9 – Como você acredita que cariocas e fluminenses lidam com as representações veiculadas pela mídia de sua cidade e estado? Como dialogam com o que é dito e como isso influencia seus cotidianos?

A gente sabe que há muito pouca reflexão sobre o que é dito na imprensa, especialmente na televisão, que ainda é o meio de comunicação com maior audiência. O rádio é poderoso, mas a televisão passou o rádio, então há uma certa submissão da população ao que é dito por essa grande imprensa. Essa submissão se traduz em acatar e aceitar o que está sendo dito ali como verdade, então o povo do Estado do Rio de Janeiro acredita que vivemos numa sociedade muito violenta, que não tem jeito, e que essa é a notícia mais relevante.

Quando eu assisto telejornal local de Teresópolis, quando eles se referem ao Rio de Janeiro, é uma coisa muito grotesca, porque sempre tem uma frase assim “houve um episódio, mas certamente é gente que veio do Rio de Janeiro, que veio assaltar aqui”. O que acontece de errado é um escape do Rio de Janeiro. Em Teresópolis, isso é bastante comum.

 

10 – A partir da discussão de espaço público e privado, o que você tem a dizer sobre a ascensão dos condomínios e a busca constante pela sensação de segurança?

Bom, o fenômeno dos condôminos fechados e dos shoppings centers não é só brasileiro. É um fenômeno importante dos Estados Unidos e até em alguns países da Europa e em vários países da Ásia – Cingapura, Coréia do Sul -, mas, no Rio de Janeiro, como a violência é um valor notícia importante e está permanentemente presente nas narrativas das diferentes mídias, ela também é utilizada pela publicidade e propaganda para fortalecer a ideia de que o ideal é morar em condomínio fechado, que não precisar usar a cidade. Ao contrário do que eu acredito.Resultado de imagem para shopping center

Acho que a gente tem que sair das nossas grades e dos nossos muros e usar a cidade, mas existe uma crença da população que a publicidade e propaganda e o jornalismo reforçam de que o ideal para as pessoas estarem a salvo é se trancar entre grades e muros e só sair dali num carro blindado para ir ao shopping center, tanto é que tem shoppings centers com colégios, universidades, com coisas que antes eram impensáveis de estar dentro de um shopping center.

Teve uma vez, em meu primeiro pós-doutorado, que foi em 2006-2007, que recebi um convite de um festival do livro de Mouans-Sartoux, no Sul da França. Ia ser em 2007, o tema era “Entre Grades e Muros”, era a partir de um artigo que eu tinha escrito, foi uma das maiores honras que tive na minha vida.

Só que o “Entre Grades e Muros” para eles era o condomínio fechado europeu, que é aquele condomínio bem burguês, que copiam um pouco o modelo norte-americano. Mas o motivo principal não é a violência, e quando eu fui fazer a conferência e apresentei os dados e as fotos, foi uma coisa impressionante, porque o Sul é bastante conservador, é burguês, e as pessoas ficaram horrorizadas. E o Maffesoli dizia: “vão achar que o Rio de Janeiro é assim”; e eu respondia: “mas o Rio de Janeiro tem uma parte que é assim mesmo, a Barra da Tijuca é isso aí, o artigo que escrevi era sobre a Barra da Tijuca, essa coisa de grade, muro e cidade”.

 

11 – Em sua opinião, os condomínios fechados são tentativas válidas de proteção contra os “perigos” sociais ou promovem apenas o cerceamento da liberdade de seus moradores, criando barreiras na cidade para o convívio e a circulação de pessoas? Quais são seus possíveis reflexos?

Toda manifestação de habitação tem que ser respeitada, então não podemos dizer que não são válidos os condôminos fechados. O que nós percebemos em cidades como do Rio de Janeiro e São Paulo, no Rio de Janeiro mais especificamente no bairro da Barra da Tijuca, é que efetivamente existe uma segregação importante, uma separação de segmentos das cidades e que alguns a gente poderia chamar de classe média, classe média alta, se é que existe ainda essa categoria.

Alguns se enclausuram em resumos de cidades ideais, como eu disse na minha tese de doutorado, em ilhas pós-modernas da cidade, como se a cidade do Rio de Janeiro fosse um arquipélago todo cheio de ilhas. Então tem essas ilhas que são condomínios e outras Ilhas que são shoppings centers, outras que são as favelas, também não se pode entrar nem sair direito. Há vários lugares que você não pode entrar simplesmente, a circulação livre total, que é o ideal da cidade não existe; esse para mim é um aspecto muito negativo.

Essa separação geográfica da cidade, separação sócio econômica da cidade e o impedimento de passagem. Mesmo quando a gente pensa na Barra da Tijuca, há um longo trecho de condôminos fechados que se você estiver nas avenidas das Américas você não chega a praia. Você não pega uma reta e vai para a praia. Você tem que ir lá longe, fazer um retorno. Longe, longe mesmo nesse caso. Então, os condôminos são tentativas de proteção contra os perigos, mas eu não acho que são tentativas válidas no meu ponto de vista.

O válido é ir para a cidade, para o espaço público, ocupar o espaço público e não se trancar em castelos com opções de lazer e outros ingredientes ali dentro de maneira que a pessoa não precise sair, pois isso é claro inviabiliza o convívio das pessoas e o livre trânsito.

 

12 – Partindo para o seu estudo sobre megaeventos, como você observa a percepção dos moradores do Rio de Janeiro acerca das mudanças pelas quais a cidade foi submetida para sediar megaeventos esportivos como as Olimpíadas de 2016 e a Copa de 2014? Quais são os pontos positivos e negativos nessa relação?

Os megaeventos foram vendidos pela administração pública, tanto do Rio de Janeiro como do Estado e do Brasil, como uma salvação para qualidade de vida para a cidade do Rio de Janeiro. Ou seja, como se a gente precisasse de uma ajuda externa, uma força externa para resolver os nossos problemas, que hoje já são problemas históricos.

No meu ponto de vista, o maior de todos os erros é você trocar, fazer a inversão dos acontecimentos. Eu acredito que um país e uma cidade devam ser escolhidos para sediar Copa do Mundo e sediar Jogos Olímpicos por eles já terem as condições para isso, e não como a FIFA e o COI faziam, e parece que agora estão revendo diante dos problemas graves que tem acontecido. Também não usar a expressão legado como sendo um grande prêmio que aquela cidade ou país terá ao se readaptar para receber os megaeventos. Então, o que nós vimos no Rio de Janeiro, no caso específico dos Jogos Olímpicos, era a carruagem na frente dois bois. Ou seja, ao invés da gente já ter as condições para aí sim ser escolhido sede, a gente teve de correr atrás dessas condições.

Isso criou uma falsa esperança na população de que a gente teria problemas históricos resolvidos, o que na verdade gera uma insatisfação enorme por não ter transporte de qualidade, a violência ter voltado com toda força e a gente ter um endividamento recorde na cidade.

 

13 – Como podemos analisar o desempenho da marca “RIO 2016” durante a realização do megaevento? Como foi/está sendo a manutenção e a promoção do seu legado? Até o presente momento, você acredita que esse legado vem sendo positivo ou negativo?

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A marca Rio e a marca da Cidade Olímpica, em termos estratégicos de comunicação, foram muito bem pensadas, muito bem articuladas. O problema é que essa comunicação não era condizente com a realidade da população, então durante os jogos olímpicos eu considero que foi razoável o uso da marca e o desempenho da cidade.

O problema é que após os jogos olímpicos a marca foi destruída. Aquela marca Rio, cidade olímpica, não existe mais. Para as pessoas ficou a marca das ruínas, portanto o legado atualmente está sendo extremamente negativo.

 

*Entrevista realizada por Douglas Vinícius Alves e Raisa Lace (estagiários).

Entrevista com Ricardo Freitas: comunicação e consumo na cidade contemporânea