Este trabalho visa compreender a produção de sentidos sobre o carioca e o Rio de Janeiro em documentários seriados sobre turismo produzidos para a TV por estrangeiros. Por meio de uma análise crítica, o estudo analisa narrativas produzidas em dois momentos históricos distintos: o primeiro, compreendendo os anos de 2007 e 2008, quando a cidade sofria com problemas relacionados à violência com ampla repercussão midiática; e o segundo, em 2012, ano que precede grandes e megaeventos sediados na cidade, e após a implantação das unidades de polícia pacificadora e do início do city branding. A partir desta comparação, é possível perceber que houve uma mudança das narrativas sobre a cidade no que diz respeito ao seu consumo turístico, especialmente em relação à favela, à violência e à pobreza. O local,
que antes era excluído ou visto como lugar de perigo extremo e de turismo apenas para poucos e loucos, passa a ser entendido como espaço a ser domesticado, civilizado,principalmente pela presença do  poder institucionalizado (Estado) e da sociedade civil com projetos sociais (esportivos) para “ensinar” boas formas de vida. Apesar dessa mudança, certos clichês – tais como o samba, a sensualidade, as praias, a ideia do paraíso idílico – permanecem sólidos não apenas no que diz respeito à representação da cidade, mas na compreensão do Rio como representante de toda uma nação.

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Referência:

Ana Teresa Gotardo. Rio para gringo: A construção de sentidos sobre o carioca e a cidade para consumo turístico. 2016. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, . Orientador: Ricardo Ferreira Freitas.

 

Rio para gringo: A construção de sentidos sobre o carioca e a cidade para consumo turístico