Os bairros do Rio de Janeiro formam uma cartografia simbólica, simultaneamente, confusa e produtiva. Neste trabalho, concentramo-nos sobre a Barra da Tijuca, por ser o bairro que mais cresce no Rio. Ao mesmo tempo, a arquitetura da Barra da Tijuca parece negar o imaginário carioca com construções que remetem a países europeus ou norte-americanos. As réplicas da Torre Eiffel e da Estátua da Liberdade expostas em shopping centers do bairro reforçam a ideia de que o morador ou visitante está em outro lugar, para além do Rio de Janeiro. Os condomínios fechados, com seus nomes em inglês, francês ou italiano, tampouco traduzem os valores da cidade, a não ser no que se refere à segurança – argumento principal usado pelas imobiliárias na publicidade e propaganda dos empreendimentos do bairro. Na Barra, proliferam fortalezas urbanas como shopping centers, condomínios fechados e centros empresariais. Neste trabalho, objetivamos levantar que apelos publicitários, em relação aos argumentos de lazer, de consumo e de segurança, favorecem a permanência dos moradores nos condomínios fechados, assim como dos consumidores nos shopping centers, e que contradições são sugeridas pelas apurações jornalísticas. Interessa-nos mostrar que nos mesmos veículos de comunicação a publicidade promove a Barra da Tijuca como um lugar ideal, completo e seguro para se morar, enquanto que as apurações jornalísticas apontam para algumas das mesmas mazelas do restante da cidade.

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Referência:

FREITAS, Ricardo Ferreira. Para além do Rio de Janeiro: a comunicação da arquitetura estrangeira na Barra da Tijuca. Revista Contemporânea (UERJ. Online), v. 8, p. 1-15, 2010.

Para além do Rio de Janeiro: a comunicação da arquitetura estrangeira na Barra da Tijuca