Ondas de protestos invadiram as cidades brasileiras durante a Copa das Confederações de 2013. Na maior parte pacíficas, algumas dessas manifestações contaram com atos de violência e vandalismo. O interesse pelas representações sociais articuladas pela mídia e pelos poderes públicos a respeito da violência urbana é a grande fonte inspiradora desta investigação. Para isso, este trabalho se debruça sobre as narrativas elaboradas em torno da temática da violência, priorizando as agressões veiculadas em jornais impressos nos períodos dos megaeventos no Rio de Janeiro, de 2013 a 2016. Será analisada também a forma como os administradores públicos narraram os fatos, priorizando a imagem de cidade preparada para receber megaeventos. Trabalharemos mais especificamente com as narrativas em torno da violência e das manifestações nas ruas do Rio, na Copa das Confederações (2013), na Jornada Mundial da Juventude (2013), na Copa do Mundo (2014) e nos Jogos Olímpicos (2016), veiculadas no jornal O Globo e no jornal O Dia. Nossa intenção é compreender melhor esse quadro que mistura comunicações públicas, políticas e governamentais e identificar os elementos mais presentes nas narrativas midiáticas nessas situações. Esta proposta de pesquisa também tem por objetivo demonstrar os deslocamentos nos discursos da imprensa escrita sobre a violência urbana desde que a cidade foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.