Esta tese, em fase de pesquisa, apresenta uma análise das representações da marginalidade na obra cinematográfica de Pedro Almodóvar, com base na Sociologia do Desvio de Goffman, Becker e Elias, atualizada pela teoria de covering de Yoshino. A intenção do trabalho é problematizar a produção audiovisual de parte da carreira do diretor manchego, de forma a comprovar que os filmes “Matador” (1986), “A lei do desejo” (1987), “Mulheres à beira de um ataque de nervos” (1988), “Ata-me” (1989); “De salto alto” (1991), “Kika” (1993), “A flor do meu segredo” (1995) e “Carne Trêmula” (1997) documentam seu engajamento na dinâmica contracultural desenvolvida na Espanha da época. Almodóvar representa a marginalidade em seus filmes do período, configurando o que alguns críticos denominam como “estética do mau gosto”, de tal forma que as obras produzidas registram a luta pela liberdade democrática após anos de regime ditatorial. Pensar na cinematografia de Almodóvar a partir do ponto de vista da sociologia do desvio é refletir sobre as políticas de visibilidade de identidades culturais minoritárias. O trabalho do diretor apresenta menos inovações formais, pois parte de estruturas narrativas clássicas, mesmo quando mistura os gêneros; mas inova quando revela a marginalidade, cotidianiza-a, potencializando o processo de sua assimilação.

Orientado por: Erick Felinto e Ricardo Ferreira Freitas

Desenvolvido por: Rafael Nacif

Além dos limites: fantasmas do desvio na Espanha Almodovariana