Por Angelo Duarte | Junho 2019

A Semana do Meio Ambiente foi criada, no Brasil, pelo decreto nº 86.028, de 27 de maio de 1981. O objetivo era complementar a celebração do Dia do Meio Ambiente instituído pela ONU. A Organização das Nações Unidos criou a data, na verdade, em dezembro de 1972, durante a Conferência em Estocolmo, na Suécia.

O objetivo principal da Semana Nacional do Meio Ambiente é conscientizar a comunidade sobre a importância de preservar os diferentes tipos de ecossistemas. Nos cinco primeiros dias de junho, alguns museus, escolas e outras instituições alertam a população quanto aos problemas e perigos quando a ação humana prejudica o meio ambiente.

Na semana passada, durante essa data, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi vaiado em sessão solene no Senado, realizada em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Tudo indica que o ministro segue à risca os mandamentos do presidente Jair Bolsonaro. O ministério está sucateado, recentes intervenções no IBAMA, ICMbio e outras instituições mostram que atualmente a política é beneficiar o agronegócio, mesmo que para isso a devastação de florestas, terras indígenas, poluição de rios e mares aumentem ainda mais.

O ativismo de ambientalistas, juntamente com a sociedade civil, demonstra importantes reações contra a degradação do meio ambiente. As redes sociais estão repletas de vídeos e imagens que denunciam, além dos problemas governamentais, nossas práticas cotidianas, que influenciam diretamente a natureza. Quem não lembra da forte imagem que circulou na mídia, no ano passado, de um grupo de ambientalistas tirando um canudo de plástico do nariz de uma tartaruga marinha?

Aqui, no Rio de Janeiro, o Instituto Mar Urbano, em parceria com o Projeto Verde Mar, promoveu ações na praia para a coleta voluntária de plástico, lixo e até guimbas de cigarro nas areias. Na Praia Vermelha, zona Sul do Rio de Janeiro, 15 mergulhadores recolheram mais de 10 quilos de lixo do fundo do mar e outros voluntários fizeram um mutirão na areia da praia. Resultado: 458 guimbas de cigarro, 255 fitilhos, canudos e embalagens de canudos, além de 141 tampas de garrafas plásticas.

No fundo do mar, 20 chumbos de pesca, 36 velas de ignição de carro usado como peso para linha de pesca, 3 baterias, 23 anzóis, fragmentos de plástico, 1 garrafa de vidro, fragmentos de vidro, 4 pedaços de madeira, 2 canos de metal, 3 garrafas plásticas e duas redes de pesca.

É preciso mudar nossos hábitos de consumo nas praias, lagoas e parques públicos. Recolher o que usamos e depositar em locais apropriados. Em casa, a tarefa parece complicada, mas é preciso não medir esforços e separar nosso lixo. É necessário diferenciar o que é orgânico, como restos de comida, por exemplo, do que é reciclável, como as embalagens plásticas e de papel.

Um saco transparente deve conter o chamado lixo reciclável: latas de alumínio, vidro, plástico e papelão. O lixo orgânico pode ser separado em outro tipo de plástico. Se seu prédio não tiver coleta seletiva de lixo, incentive moradores ou o condomínio a fazê-la.

Foto: Angelo Duarte.

Algumas iniciativas individuais já estão sendo feitas há algum tempo nas áreas urbanas, como a compostagem, por meio da qual você faz em seu jardim ou quintal uma estufa para o lixo orgânico (composteira). Também é possível usar minhocas, isso mesmo, minhocas para comer o lixo orgânico. Numa caixa, as minhocas vão receber o lixo, que posteriormente transforma-se em adubo. Deposite o lixo, e as minhocas fazem sua parte. O lixo orgânico ajuda a adubar o jardim de casa.

Outra iniciativa é pagar uma pequena taxa para o condomínio do seu prédio, que pode realizar essa tarefa. A coleta seletiva de lixo já é uma realidade em mais de 300 cidades no país, e outras iniciativas podem ser desenvolvidas, como a contratação de jovens para a retirada do lixo reciclável.

Podemos concluir, portanto, que, se as atuais esferas públicas de poder não tem interesse com o meio ambiente, a sociedade pode contribuir com a causa ao comprometer-se a fazer a sua parte.

 

A Semana do Meio Ambiente e o que podemos fazer com o lixo doméstico